Norma e identidade social


Abstract


Um ponto crucial da reflexão sobre a noção de norma é o valor simbólico que ela assume de mecanismo de controle e preservação de poder, identificado com grupos sociais dominantes. Esse mecanismo homogeneizador frequentemente aparece como um discurso do padrão, da normatividade e do monocentrismo cujas normas e costumes do “centro” (em geral, os da classe média) são admitidos como os únicos válidos e como os únicos a garantir sucesso e mobilidade social ascendente. Mas é forçoso reconhecer também que a questão da identificação entre norma padrão e língua está em tensão constante com a atribuição de outros significados sociais igualmente relevantes. Uma consequência crucial desse mecanismo é que uma comunidade linguística não deve ser definida como um grupo socialmente unificado por um conjunto de normas, como entende Labov ([1972] 2008), mas como um conjunto de grupos sociais que se relacionam dialeticamente no mesmo processo de criação de um sistema de normas, como entendem Marcellesi e Gardin (1975). Se esse sistema é controlado pelo grupo dominante, é também permanentemente contestado por grupos marginais num processo permanente de tensão política.

DOI Code: 10.1285/i9788883051272p2529

Keywords: norma; identidade social; padrão mínimo; padrão arbitrário

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