As reconfigurações das materialidades discursivas e o reposicionamento dos sujeitos no dispositivo de inovação


Abstract


A proposta deste trabalho é pensar a inovação como uma tecnologia que integra, em seu funcionamento, os dispositivos de poder, de forma a atender às exigências do biopoder, e que, nesta produtiva integração, a inovação acaba por se tornar também um dispositivo, se constituindo como o caminho a ser percorrido e o ponto de chegada. A inovação constitui a ordem do mundo moderno que se pauta pelas verdades da ciência, compondo as práticas discursivas e não-discursivas, os objetos, as instâncias enunciativas, as configurações dos saberes, as formas de exercício do poder e as subjetividades. Analisaremos algumas práticas discursivas de inovação que (re)configuram, na atualidade, produtos, processos e serviços, por meio da coexistência de enunciados dispersos e heterogêneos. Para isso, além das elaborações de Michel Foucault acerca das noções de dispositivo e de biopoder, consideraremos as suas formulações a respeito do conceito de enunciado, que, segundo Deleuze (1992), da forma como foi concebido por Foucault implicava numa visão da linguagem capaz de renovar a linguística. Neste sentido, nosso principal objetivo é verificar o modo como o dispositivo de inovação incita a produção de enunciados e, ao mesmo tempo, é constituído por eles, redefinindo os posicionamentos dos sujeitos por ele implicados.

DOI Code: 10.1285/i9788883051272p225

Keywords: dispositivo; inovação; biopoder; enunciado

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